quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Pastores no Exterior



Nos últimos tempos, o Brasil tem se tornado num celeiro missionário. Há pastores e igrejas brasileiras espalhadas por inúmeros países, inclusive onde é proibida a pregação do Evangelho. Muitas dessas igrejas surgiram espontaneamente, sem qualquer planejamento ou ajuda externa. Alguns desses pastores sequer são formalmente ordenados. Apesar disso, cumprem cabalmente sua missão, apascentando, cuidando, e anunciando as boas novas de Cristo.

Outros foram enviados ao campo por suas denominações, mas depois, se viram abandonados pelas mesmas. Mesmo assim, perseveram por acreditarem terem sido enviados, sobretudo, pelo próprio Deus.

Só quem já passou por isso sabe como é. Além da escassez de recursos, pastores brasileiros em terra estrangeira têm que lidar com muitas outras dificuldades, entre elas, a adaptação da família à cultura local, e ainda por cima, a saudade. Ninguém conhece melhor o sentido da palavra “saudade” do que eles.

Em algumas regiões, os pastores brasileiros resolveram se unir para formar associações, onde possam se ajudar mutuamente, e compartilhar experiências. Se não fossem essas associações, muitos já teriam desistido. Outros, porém, estão desenvolvendo seus ministérios em lugares afastados de tudo e de todos, dificultando ainda mais seu árduo trabalho missionário.

Porém hoje, com o advento da internet, é possível unir milhares de pastores espalhados pelo globo, numa associação que ofereça conforto espiritual, incentivo, e um ambiente de comunhão e solidariedade.

Foi a partir desta constatação que nasceu a UMBRELLA.

"Umbrella" significa “guarda-chuva” em inglês. Mas para nós é bem mais que isso. Trata-se de um acróstico: União de Ministros no Brasil e Exterior Ligados em Liberdade e Amor. Veja que interessante: a sigla está em inglês, idioma universal, mas as palavras que a formam estão em português, nossa língua mater, o que aponta para uma espécie de integração cultural, sem perder nossa identidade (brasilidade!). Estamos espalhados e inseridos, mas não assimilados.

Apesar das diferentes doutrinas, das ênfases denominacionais, o que nos une é infinitamente maior do que o que nos separa. Somos ligados em Amor. E quem ama, cuida, se preocupa, estende as mãos em vez de apontar o dedo.


O guarda-chuva nos pareceu um ótimo símbolo por nos dar uma ideia de proteção. É bom saber que não estamos sós. Que somos parte de uma rede de ministros espalhados pelo mundo afora, e que passam pelos mesmos problemas, desilusões, desafios, mas nutrem a mesma esperança e desejo de servir a Deus, mesmo longe de sua pátria. Somos os "estrangeiros da Dispersão", para os quais Pedro escreve: "Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse (...) os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo" (1 Pe.4:12; 5:9b).

Não podemos nos dar o luxo de ficarmos sós. É um risco desnecessário que corremos. Como disse o sábio rei: "O que vive isolado busca seu próprio desejo; insurge-se contra a verdadeira sabedoria" (Pv.18:1). Precisamos estar unidos na tribulação e na consolação.

Lembre-se que Ele "nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação" (2 Co.1:4a). "A nossa esperança acerca de vós é fime", afirma o apóstolo, "sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação" (v.7).

Sob nosso guarda-chuva cabem todos os que se dispõem a compartilhar suas dores e alegrias, tribulações e consolações.