sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vida de pastor...



Quando se pensa na vida pastoral, muitos focam apenas no glamour. No imaginário de muitos, ser pastor é ser o centro das atenções, vivendo todo o tempo sob os holofotes. Não se pode avaliar o ministério pastoral por aqueles que estão na mídia. Estes são a minoria. A maior parte não tem carro, paga alugel e ainda precisa de um trabalho secular para manter-se. Ninguém imagina o quão desgastante é ser pastor! Além das expectativas dos membros da igreja, há também a pressão ministerial, as demandas familiares, as noites mal dormidas, a falta de tempo para cuidar da saúde, a solidão, e tantos outros desafios que tornam a vida pastoral num fardo difícil de carregar. É claro que envolve prazer! O prazer de servir a Deus! O prazer de ver Cristo sendo formado nas pessoas. De ver a igreja crescer saudável. De ver vidas resgatadas.

 Ademais, pastorear é uma maneira de expressar o quanto amamos a Cristo. Quando Pedro respondeu por três vezes a mesma pergunta feita por Jesus se ele O amava, também por três vezes o Senhor lhe incumbiu: Apascenta as minhas ovelhas! E isso requer que o pastor negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-O.

Diante desta constatação, chegamos à conclusão de que pastores também necessitam de cuidados. Quem estaria apto a cuidar de pastores, senão outros pastores? Ninguém compreende melhor seus dramas e dilemas do que quem vive as mesmas coisas.

Não basta apelar a uma instância superior em busca deste tipo de ajuda. O supervisor, o superintendente, ou mesmo o líder máximo de uma denominação já tem problemas suficientes para ter que se preocupar com os problemas de seus pastores.

O fato é que pastores precisam apoiar outros pastores.

Há um episódio nas Escrituras em que Jacó se depara com três pastores que se reuniam para remover a pedra que havia na boca de um poço, a fim de dar de beber aos seus rebanhos (Gn.29:1-3). Aquele era um trabalho conjunto. Um só pastor não tinha força suficiente para remover a pedra.

Quantos ministros se sentem frustrados por estarem sós… Não têm com quem nem ao menos desabafar no momento de angústia.

Há situações que não podem ser compartilhadas nem com os cônjuges, tão pouco com os filhos. E assim, o pastor é obrigado a fechar-se em seu mundo interior e sofrer sozinho.

Foi para suprir esta necessidade que surgiu a UMBRELLA.


Não se trata de mais uma associação de pastores. Nosso objetivo não é apresentar fórmulas para o crescimento rápido de igrejas, nem representar nossa classe junto às autoridades. Nosso foco principal é o ministro, sua vida, sua família. Queremos prover conexão e comunhão entre os pastores, para que possam ajudar-se mutuamente. É claro que isso, de alguma maneira, resultará em crescimento ministerial. Porém, nossa prioridade é o ministro.

UMBRELLA é um vocábulo inglês que significa “guarda-chuva”. Como o nome sugere, nossa missão é oferecer cobertura. E quando dizemos “cobertura”, não estamos sugerindo nenhum tipo de hierarquia a que o ministro deva submeter-se. Não! Em vez disso, nosso propósito é oferecer cobertura em termos de CUIDADO. Trata-se de um cuidado mútuo, recíproco, do tipo “um por todos e todos por um”.

UMBRELLA também é uma sigla para União de Ministros no Brasil e Exterior Ligados em Liberdade e Amor.

Queremos que cada pastor espalhado pelo Brasil e pelo Mundo, independente de sua denominação, saiba que não está só.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Pastores no Exterior



Nos últimos tempos, o Brasil tem se tornado num celeiro missionário. Há pastores e igrejas brasileiras espalhadas por inúmeros países, inclusive onde é proibida a pregação do Evangelho. Muitas dessas igrejas surgiram espontaneamente, sem qualquer planejamento ou ajuda externa. Alguns desses pastores sequer são formalmente ordenados. Apesar disso, cumprem cabalmente sua missão, apascentando, cuidando, e anunciando as boas novas de Cristo.

Outros foram enviados ao campo por suas denominações, mas depois, se viram abandonados pelas mesmas. Mesmo assim, perseveram por acreditarem terem sido enviados, sobretudo, pelo próprio Deus.

Só quem já passou por isso sabe como é. Além da escassez de recursos, pastores brasileiros em terra estrangeira têm que lidar com muitas outras dificuldades, entre elas, a adaptação da família à cultura local, e ainda por cima, a saudade. Ninguém conhece melhor o sentido da palavra “saudade” do que eles.

Em algumas regiões, os pastores brasileiros resolveram se unir para formar associações, onde possam se ajudar mutuamente, e compartilhar experiências. Se não fossem essas associações, muitos já teriam desistido. Outros, porém, estão desenvolvendo seus ministérios em lugares afastados de tudo e de todos, dificultando ainda mais seu árduo trabalho missionário.

Porém hoje, com o advento da internet, é possível unir milhares de pastores espalhados pelo globo, numa associação que ofereça conforto espiritual, incentivo, e um ambiente de comunhão e solidariedade.

Foi a partir desta constatação que nasceu a UMBRELLA.

"Umbrella" significa “guarda-chuva” em inglês. Mas para nós é bem mais que isso. Trata-se de um acróstico: União de Ministros no Brasil e Exterior Ligados em Liberdade e Amor. Veja que interessante: a sigla está em inglês, idioma universal, mas as palavras que a formam estão em português, nossa língua mater, o que aponta para uma espécie de integração cultural, sem perder nossa identidade (brasilidade!). Estamos espalhados e inseridos, mas não assimilados.

Apesar das diferentes doutrinas, das ênfases denominacionais, o que nos une é infinitamente maior do que o que nos separa. Somos ligados em Amor. E quem ama, cuida, se preocupa, estende as mãos em vez de apontar o dedo.


O guarda-chuva nos pareceu um ótimo símbolo por nos dar uma ideia de proteção. É bom saber que não estamos sós. Que somos parte de uma rede de ministros espalhados pelo mundo afora, e que passam pelos mesmos problemas, desilusões, desafios, mas nutrem a mesma esperança e desejo de servir a Deus, mesmo longe de sua pátria. Somos os "estrangeiros da Dispersão", para os quais Pedro escreve: "Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse (...) os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo" (1 Pe.4:12; 5:9b).

Não podemos nos dar o luxo de ficarmos sós. É um risco desnecessário que corremos. Como disse o sábio rei: "O que vive isolado busca seu próprio desejo; insurge-se contra a verdadeira sabedoria" (Pv.18:1). Precisamos estar unidos na tribulação e na consolação.

Lembre-se que Ele "nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação" (2 Co.1:4a). "A nossa esperança acerca de vós é fime", afirma o apóstolo, "sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação" (v.7).

Sob nosso guarda-chuva cabem todos os que se dispõem a compartilhar suas dores e alegrias, tribulações e consolações.